Inovações tecnológicas e
metodológicas desenvolvidas para atender aos alunos a distância começam a ser
aplicadas no ensino presencial das faculdades
A Universidade de Brasília (UnB)
optou pelo Moodle como sendo o ambiente virtual de aprendizagem a ser utilizado
em seus cursos de graduação presencial e a distância. De maneira igual e
básica, essa plataforma foi entregue aos docentes para, então, cada um a
sua maneira, utilizar a gama de recursos disponíveis para incrementar as aulas.
Entre outros, os professores podem utilizar slides de Power
Point, composições artísticas ou mesmo a gravação da transmissão de uma aula
com a Lousa Digital.
No ínterim da utilização do Moodle
para os alunos matriculados nas mais de 5 mil vagas ofertadas nesses oito anos
de convênio com a Universidade Aberta do Brasil/Capes, os professores, diante
da necessidade de aprimorar sua didática para alunos que estão numa distância de
até 4,2 mil quilômetros do campus universitário, aprimoraram
sua didática com recursos tecnológicos, visando facilitar a assimilação do
conteúdo transmitido aos alunos não presenciais.
Hoje, essas alternativas adquiridas
nessa experiência começam a somar no ensino regular das faculdades da UnB. Um
dos exemplos desse trabalho é o desenvolvido pela equipe do coordenador
pedagógico do curso de Artes Visuais a distância da UnB, Christus Menezes da
Nóbrega. A ideia criada a partir do trabalho desenvolvido no Moodle visa
contemplar todos os alunos da faculdade de artes de maneira igual. “Seguimos
para que os alunos EaD e do presencial utilizem a mesma plataforma. Nosso foco
é eliminar essa barreira e fazer com que eles se comuniquem entre si”, resumiu
o professor.
Christus explica que as modificações
já presentes no Moodle objetivam a criação de um ambiente virtual próprio da
sua faculdade. “A premissa é fazer uma reforma curricular de todo o curso de Artes.
Então começamos a desenhar um novo modelo e vimos que esta plataforma (o
moodle) não nos serve. Porque ele carrega um princípio metodológico de trabalho
e queremos criar um partir do zero”, adiantou.
Ferramenta provisória
Fruto de um trabalho de um ano e meio
de pesquisas, a equipe de Christus desenhou um modelo de aulas mais alinhado
com a ciber cultura e com a EaD. “O que estamos criando se baseia muito na
estrutura do hipertexto, dessa maneira tudo está linkado”, explica.
A intenção, para o professor, é que o aluno tenha trânsito mais autônomo e
livre dentro de sua carreira acadêmica.
No Moodle, a equipe de Artes da UnB
alimenta o curso com informações e os alunos a utilizam de maneira
indiscriminada. “Essa oferta não leva em consideração, por exemplo, o contexto
histórico e geográfico. Queremos construir junto aos alunos um espaço virtual.
De maneira parecida com o Facebook, que é constantemente atualizado pelos seus
usuários. Trabalhamos em um modelo mais aberto e colaborativo”.
E, nesse ambiente, o histórico fica
sempre visível, como uma espécie de timeline do estudante,
focando o trabalho no aluno e não em cada uma das disciplinas cursadas por ele
durante o curso. Dessa maneira, a trajetória de cada um dos matriculados é
contemplada de maneira ampla e abrangente, sem ser restritiva a tópicos.
“E pretendemos lançar ainda
este ano essa ferramenta feita em prol da aprendizagem em um ambiente nosso.
Tem muita vanguarda nesse método e é preciso realizar uma reforma na grade
curricular”, concluiu.
Apoio ao livro didático
Outra iniciativa de aprimoramento no
uso do moodle é o trabalho desenvolvido pela professora do Instituto de
Ciências Biológicas Maria de Nazaré Klautau Guimarães. Ela conta que no início
se deparou com o software livre sem experiência nenhuma. “O primeiro recurso
que eu pensei para a minha disciplina foi uma aula curta utilizando um Power
Point animado”. A intenção da docente diante daquelas aulas sintéticas foi se
questionar sobre qual a importância desse conceito científico dentro da sua
disciplina. (Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=IVmq3DmhtZA ) e assista a uma das videoaula
produzida pela professora Nazaré)
Nessa linha pedagógica, Nazaré diz
que cada vez mais sua equipe trabalha para produzir mais vídeos de materiais
didáticos e seguir postando no Youtube. “Dessa maneira, nossos alunos, tanto da
EaD quanto presenciais, podem assistir ao vídeo quantas vezes quiserem seja em
casa ou na rua por meio do seu celular”.
Assim, as atividades vão se
complementando, porque o tempo da equipe que elabora as aulas é aproveitável
por todos os alunos da Faculdade de Ciências Biológicas. “Gosto da linguagem do
vídeo por ser mais dinâmico ao trabalhar dois sentidos: a visão e a audição”. A
razão dessa escolha foi feita da necessidade dos alunos Ead em ter mais
autonomia e determinação para estudar. “Quem estuda no campus aguarda
as diretrizes do professor. Pela internet, a orientação do docente depende da
disciplina, força de vontade e vontade de buscar”, concluiu.
Legenda das fotos: Reprodução da página inicial do curso de Artes no Moodle
Professora Nazaré Klautau
Crédito das fotos: DEGD/UnB
O link apresentado no primeiro paragrafo do intertítulo “Apoio ao livro didático” é
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