terça-feira, 22 de abril de 2014

CONTRIBUIÇÕES DA EAD AO ENSINO PRESENCIAL DA UNB

Inovações tecnológicas e metodológicas desenvolvidas para atender aos alunos a distância começam a ser aplicadas no ensino presencial das faculdades
A Universidade de Brasília (UnB) optou pelo Moodle como sendo o ambiente virtual de aprendizagem a ser utilizado em seus cursos de graduação presencial e a distância. De maneira igual e básica, essa plataforma foi entregue aos docentes para, então, cada um a sua maneira, utilizar a gama de recursos disponíveis para incrementar as aulas. Entre outros, os professores podem utilizar slides de Power Point, composições artísticas ou mesmo a gravação da transmissão de uma aula com a Lousa Digital. 
No ínterim da utilização do Moodle para os alunos matriculados nas mais de 5 mil vagas ofertadas nesses oito anos de convênio com a Universidade Aberta do Brasil/Capes, os professores, diante da necessidade de aprimorar sua didática para alunos que estão numa distância de até 4,2 mil quilômetros do campus universitário, aprimoraram sua didática com recursos tecnológicos, visando facilitar a assimilação do conteúdo transmitido aos alunos não presenciais.
Hoje, essas alternativas adquiridas nessa experiência começam a somar no ensino regular das faculdades da UnB. Um dos exemplos desse trabalho é o desenvolvido pela equipe do coordenador pedagógico do curso de Artes Visuais a distância da UnB, Christus Menezes da Nóbrega.  A ideia criada a partir do trabalho desenvolvido no Moodle visa contemplar todos os alunos da faculdade de artes de maneira igual. “Seguimos para que os alunos EaD e do presencial utilizem a mesma plataforma. Nosso foco é eliminar essa barreira e fazer com que eles se comuniquem entre si”, resumiu o professor.
Christus explica que as modificações já presentes no Moodle objetivam a criação de um ambiente virtual próprio da sua faculdade. “A premissa é fazer uma reforma curricular de todo o curso de Artes. Então começamos a desenhar um novo modelo e vimos que esta plataforma (o moodle) não nos serve. Porque ele carrega um princípio metodológico de trabalho e queremos criar um partir do zero”, adiantou.
Ferramenta provisória
Fruto de um trabalho de um ano e meio de pesquisas, a equipe de Christus desenhou um modelo de aulas mais alinhado com a ciber cultura e com a EaD. “O que estamos criando se baseia muito na estrutura do hipertexto, dessa maneira tudo está linkado”, explica. A intenção, para o professor, é que o aluno tenha trânsito mais autônomo e livre dentro de sua carreira acadêmica.
No Moodle, a equipe de Artes da UnB alimenta o curso com informações e os alunos a utilizam de maneira indiscriminada. “Essa oferta não leva em consideração, por exemplo, o contexto histórico e geográfico. Queremos construir junto aos alunos um espaço virtual. De maneira parecida com o Facebook, que é constantemente atualizado pelos seus usuários. Trabalhamos em um modelo mais aberto e colaborativo”.
E, nesse ambiente, o histórico fica sempre visível, como uma espécie de timeline do estudante, focando o trabalho no aluno e não em cada uma das disciplinas cursadas por ele durante o curso. Dessa maneira, a trajetória de cada um dos matriculados é contemplada de maneira ampla e abrangente, sem ser restritiva a tópicos.
 “E pretendemos lançar ainda este ano essa ferramenta feita em prol da aprendizagem em um ambiente nosso. Tem muita vanguarda nesse método e é preciso realizar uma reforma na grade curricular”, concluiu. 
Apoio ao livro didático
Outra iniciativa de aprimoramento no uso do moodle é o trabalho desenvolvido pela professora do Instituto de Ciências Biológicas Maria de Nazaré Klautau Guimarães. Ela conta que no início se deparou com o software livre sem experiência nenhuma“O primeiro recurso que eu pensei para a minha disciplina foi uma aula curta utilizando um Power Point animado”. A intenção da docente diante daquelas aulas sintéticas foi se questionar sobre qual a importância desse conceito científico dentro da sua disciplina. (Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=IVmq3DmhtZA ) e assista a uma das videoaula produzida pela professora Nazaré) 
Nessa linha pedagógica, Nazaré diz que cada vez mais sua equipe trabalha para produzir mais vídeos de materiais didáticos e seguir postando no Youtube. “Dessa maneira, nossos alunos, tanto da EaD quanto presenciais, podem assistir ao vídeo quantas vezes quiserem seja em casa ou na rua por meio do seu celular”.

Assim, as atividades vão se complementando, porque o tempo da equipe que elabora as aulas é aproveitável por todos os alunos da Faculdade de Ciências Biológicas. “Gosto da linguagem do vídeo por ser mais dinâmico ao trabalhar dois sentidos: a visão e a audição”. A razão dessa escolha foi feita da necessidade dos alunos Ead em ter mais autonomia e determinação para estudar. “Quem estuda no campus aguarda as diretrizes do professor. Pela internet, a orientação do docente depende da disciplina, força de vontade e vontade de buscar”, concluiu.



Legenda das fotos: Reprodução da página inicial do curso de Artes no Moodle
 Professora Nazaré Klautau

Crédito das fotos: DEGD/UnB

O link apresentado no primeiro paragrafo do intertítulo “Apoio ao livro didático” é